Reflexões angustiosas

   Às vezes nos pegamos muito pensativos a respeito de nossas vidas. Vida, trajetória, morte, legado... Por que nascemos? O que é alcançar, de fato, o sucesso? Como será depois da morte? Qual a marca que deixaremos nesta terra quando partirmos? Isso tudo me intriga e me faz refletir. Me preocupo muito com o legado que largarei para as futuras gerações e penso que todos deveríamos. Pensar é algo bom e precisamos fazê-lo muito mais.
   A seguir, um texto que escrevi há alguns meses acerca da vida e de um questionamento: será que tudo terá valido a pena?

Imagem retirada de: <https://br.pinterest.com/pin/634374297481724076/?lp=true> acesso em 9 de Março de 2020

    Sinto uma enorme angústia diante de nossa insignificância mediante o mundo e de nossa impotência para alcançar grandes coisas e alterar o significado e o ritmo da vida.

   Estima-se que já tenham existido mais de 106 700 000 000 de pessoas ao longo da história, sem contar as que ainda vivem ou as que estão por vir, ou seja, não representamos nada.

   Uma pessoa que trabalha oito horas por dia, cinco dias por semana a fim de ganhar um salário mínimo ao fim do mês não possuirá recurso o suficiente para pagar todas as despesas de um ser humano adulto: IPTU ou aluguel, água, luz, internet, telefone, alimentação, vestuário, produtos de higiene pessoal e doméstica, IPVA e gasolina ou transporte público, sem contar qualquer forma de lazer a que essa pessoa se possa dar, o que seria natural a um indivíduo vivendo no globo atual.

   Alguns felizardos acabam por ter a sorte de prosperar, digo "sorte" não visando a desmerecer tais pessoas, mas demonstrar que em meio a tantos outros que tiveram oportunidades parecidas e condições de estudo semelhantes (ou a falta delas), esses indivíduos conseguiram se destacar e alcançar uma plenitude de condição mental e social talvez jamais alcançada pela maioria a seu redor. Quem a tal ponto chega obviamente o merece, já que dificilmente se chega a um lugar sem que haja uma parcela considerável de esforço. Todavia há uma quantia inumerável de infelizes que gastam sua curta e irrepresentativa vida batalhando e almejando algo a mais, entretanto nunca o obterão e ao final de tudo perceberão que seu esforço nada garantiu. Questionarão a si mesmos se toda a sua labuta de algo adiantou ao final de sua trajetória, se seu empenho por ambições talvez não tão altas, mas jamais plausíveis mediante sua posição, terá valido a pena...

   A partir disso, podemos identificar alguns modelos: alguém que é como uma folha de papel à mercê do vento, que em nada se esforça e espera por uma possibilidade de crescimento repentina, um incrível presente do acaso que cambiará o rumo de sua vida; alguém que vai à sina ao longo de toda a sua trajetória em busca de melhoria mas que nunca se sacia e termina por morrer insatisfeito; alguém que se contenta com o pouco e junto a ele se acomoda tendo em vista a dureza da vida e nossa incapacidade contra ela; ou alguém que sempre anela novos horizontes, agarra cada simples oportunidade e celebra a cada conquista, nunca se contentando mas também nunca desgostoso, fazendo o que lhe estiver ao alcance para melhorar sua vida e a de seus amados e similares, combatendo a monotonia de sua desprezível existência a fim de que, mesmo incapaz de mudar o mundo e realizar todos os seus sonhos, faça a diferença dentro do que for possível e deixe uma marca positiva.

   Eu poderia concluir este texto com uma mensagem motivadora ou uma mensagem de lamentação, mas prefiro deixar isso a critério do leitor. Portanto encerro com os seguintes grafados:

-A vida é um mar de possibilidades e cabe a nós agarrá-las para promover mudança e obter felicidade.

-Realmente não adianta que nos desgastemos, já que indubitavelmente não chegaremos longe e não teremos capacidade de alterar a vida nem nosso futuro tendo como base que o mundo é mau, a vida é curta e dura e nós não somos nada!

Por Samuel Reis.